segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Da Educação Ibilceana.

Passei meus quatro anos da graduação em Letras no Ibilce tentando descobrir o porquê das aulas ministradas pelo departamento de Educação serem as piores que eu tinha. Por algum tempo pensei ser pirraça minha essa implicância toda, mas depois de quatro segundos descartei esta possibilidade. No entanto ainda não encontrara resposta para a questão em voga. Então passei algum tempo pesquisando, conversando com alguns veteranos, com bixos e com altofalantes.
Nenhum tinha resposta para minha dúvida. O "porquê", porquê as aulas eram tão ruins?
Durante os quatro anos de curso, nenhum professor salvou a pátria da educação, nenhunzinho sequer. Para piorar, o navio afundou de vez com as práticas de ensino. Aliás, a maior estupidez do mundo é ter um ano de teoria duma matéria chamada prática. No mínimo deveriam mudar o nome. Contudo minha "birra" com as práticas não advêm das práticas, mas da prática dos professores de não prepararem a aula. Salva desta acusação está a digníssima Senhora Maria Antônia, que apesar das aulas serem cansativas e muitas vezes chatas, deve-se reconhecer o esforço e a dignidade da professora em se preparar a aula e em nos preparar para semos bons professores. Já os outros não se salvam deste barco.
Preparar a aula não é levar um livro para se ler na sala e perguntar ao aluno, " O que você acha?", não é chegar vinte minutos atrasado porque estava fazendo chapinha e ao invés de dar a aula, perguntar " Então, o que vocês acham disto?". Não me entendam mal, não quero calar o aluno, ou fechar o diálogo aluno-professor. Mas eu considero obrigação do professor saber com quem ele fala e o que ele fala para quem ele fala. Isso faz parte de se preparar a aula, o mais importante depois desse saber, é o como ele vai falar isso.
Por exemplo, alguns professores consideram que aula comunicativa, essa baboseira toda de aula comunicativa, seja promover discussão em todas as aulas. Parabéns a eles, muito bonito. O problema é quando o professor quer promover uma discussão sobre um tema que ele não elaborou, que ele não preparou, que ele próprio não sabe responder àquela proposição, de saber o que, para quem e como promover esse conhecimento.
Usando o linguajar deles próprios, o maior erro do professor ocorre quando ele não tem a capacidade de perceber que o filtro-afetivo que permeia a relação professor-aluno não funcionou, o que piora  é que quando não funcionando isto, o professor ainda age como se funcionasse, criando uma imagem de falsidade e repulsa.
Pois bem, depois do meu "desabafo" virtual, posso voltar a explicar o que eu mesmo procuro entender. Por que? Por que as aulas são tão ruins?
O que eu entendi da educação no Ibilce é isto: A educação ibilceana se diverge entre a ontologia e a epistemologia. Só não se definiu ainda qual dos dois procurará o objeto e o ser desta educação. Qual é o sentido da educação? Por vezes me perco tentando decifrá-lo, neste cume elevado, velado em que o colocaram. O que é que a educação procura, para que procura e por que diabos não acha?
Não sei, mas é complexo o processo de busca circular do objeto, ser, e o diabo a quatro.
O que mais me intriga perante a educação ibilceana, é a forma de se educar, por mais que as teorias variem entre os docentes, o método é sempre o mesmo: Psicologia reversa. Como para ensinar crianças a não tocarem na tomada, você as incentiva. Com os graduandos é parecido, dando uma péssima aula, você os motiva a serem bons professores. Brilhante!!
Não?