quinta-feira, 31 de março de 2011

Ainda sobre dirigir em Assis

Os motoqueiros e ciclistas são temerários ao ponto de confiarem que eu terei o bom senso de frear ou desviar deles.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Música, Igualdade, Comédia, Romance. Tudo isso em Glee.

      Por um tempo confesso que tive preconceito quanto à Glee. Sem ter assistido nenhum episódio eu pensava que se tratava de apenas mais um besteirol sobre adolescentes americanos, sem o esqueceram de mim e com um toque da Benetton na produção. Os comerciais nunca me cativaram assim como as conversas sobre a série, ambos sempre reforçavam o pré-conceito que eu estabelecia do programa.
       Daí aconteceu o esperado inesperado.
       Minha namorada começou a acompanhar a série.
       Sim,  a conversa poderia acabar aqui. Entre afirmações de capaxismo e  pau mandatismo, mas temos que entender algo antes. Meu relacionamento ,  apesar de não ser eu a figura dominante, possui um companheirismo excepcional e um tratamento de reciprocidade que eu nunca tive antes. Por causa disso, ambos respeitamos o fato de termos gostos distintos, o que me  possibilita assistir supernatural enquanto ela assiste Glee. 
       Mas como em todo relacionamento, algumas vezes eu assitia Glee com ela. Relutante, mas assistia. Até que assisti tanto que decidi assistir a série desde o começo, pois sempre pegava um ou outro episódio do meio e ficava perdido, o que prejuldicava um julgamento justo sobre a série. E esse talvez seja um problema de Glee quanto às propagandas, pois é uma série com história Linear, o que torna chato você começar a assistir do meio, pois sente que falta algo sempre.
       Então eu comecei a assistir desde o primeiro episódio, e o fato é que eu me apaixonei por Glee. Mesmo estando certo quanto à ser um besteirol. É um besteirol, os personagens são adolescentes idiotas, com preocupações sobre popularidade, roupas, etc. Mas há muito mais em Glee.
Primeiro, é um musical excepcional. Um elenco com talentos de diversas origens, tanto de atores da Broadway como Matthew Morrison, Jenna Ushkowitz, e Lea Michele, atores com raízes em bandas como Cory MonteithKevin McHale, desconhecidos como Chris Colfer e com relações fortes com as séries de TV como a incrível Jane Lynch. Mas existem muitos outros  ótimos atores e cantores que não cito aqui, pois o elenco de Glee é sem dúvida excepcional. 
Segundo, é um seriado muito bem realizado, tanto em questões de organização estrutural das cenas, quanto no trabalho que a coreografia apresenta em relação ao musical ou a própria mixagem e escolha das músicas que dialogam perfeitamente com a narrativa e conseguem estabelecer uma forte conexão com o público.
      Em termos de uma análise do gênero, Glee foge do padrão musical "começo a cantar do nada" (que eu adoro, por sinal) com artifícios de narração como sonhos, delírios, projeções e, num plano da realidade ficcional com o fato de ser um coral, o que alterna a verossimilhança das apresentações com os delírios dentro na narrativa.
       Há uma mistura na história de Comédia, Romance e Drama, com uma predominância grande para a comédia e drama. Mas acredite, você vai se envolver nos dramas a ponto de achar ridículo o Finn não estar com a Rachel, entre coisas do gênero. Parece uma soap Opera Musicada, mas é muito mais interessante. 
         Existem momentos em que Glee faz você realmente arrepiar e rever seus conceitos sobre a sociedade em que se encontra:
A cena de Dancing with Myself protagonizada por Kevin McHale no episódio Wheels é uma delas, mas acredito que mostrar é melhor do que falar nesse caso, apesar do vídeo não ter boa qualidade:To sir with love, Don't Stop Believing etc


 


To sir with Love no episódio final da primeira temporada também é fenomenal, principalmente se você é professor:




 Mas a que me fez gostar mesmo de Glee é essa:



Então dê uma chance à série e assista os 4 primeiros episódios e se você não gostar vai ter perdido 160 minutos da sua vida.